Sobre o nome do blog

Há, pelo menos, dois motivos para a escolha do nome Chega de Caranguejar.

Logo quando o fiz, pensei em algo relacionado a 'Caranguejo', já que, ainda na época da graduação, produzi juntamente com 3 colegas um documentário sobre câncer, que levou esse nome. Explico: originária do latim, a palavra câncer significa caranguejo, pois as células doentes atacam e se infiltram nas células sadias como se fossem os tentáculos de um caranguejo. (Confira o documentário aqui!)

O segundo motivo veio após eu ler um texto intitulado 'Caranguejando', de autoria de Roland Körber em parceria com Miguel Herrera, o qual conta, em metáfora, como o ser humano hesita, fica parado enquanto a vida passa, enfim, "carangueja". Eu, me sentindo um caranguejo, decidi agir, fazer a minha parte, e contar um pouco da minha história de luta contra o câncer, que já dura mais de uma década. Abaixo, o texto citado; vale a pena ler!


Caranguejando


Alguma vez você já parou para observar os caranguejos na praia? À primeira vista não é muito fácil, porque sua cor é quase igual à da areia, e assim é difícil enxergá-los – assim como você e eu no meio da multidão: pouca gente presta atenção em nós.

Para os caranguejos, isto é certamente uma proteção – quem não é visto não é atacado. Quando, porém, damos um passo em sua direção, eles começam a correr daquele jeito estranho, meio de lado, sem direção definida, mas em grande velocidade.

Assim como alguém disse certa vez: não sei para onde vou, mas faço isso à toda.

Eles só tomam iniciativa dentro da água e lá, mais protegidos, reagem quando encostamos neles. Aí, cuidado: mordem!

Dentro do ambiente próprio, cuidado conos... com eles – pois é, não são só os caranguejos.

Na praia, cavam suas tocas na areia e, quando conseguem alcançá-las, desaparecem rapidamente dentro delas diante daquela enorme ameaça que vem andando em sua direção. Às vezes apontam a cabeça para fora e então podemos observar ao longe dois olhinhos vigilantes, como um periscópio de submarino, para sumir rapidamente quando alguém se aproxima.

O mundo é assustador, e enquanto podemos observá-lo de longe, tudo bem, mas é bom não se expor em demasia.

O que o caranguejo faz dentro da sua toca? Nada, pelo jeito – trata de sobreviver, apenas. Coitado dele, não tem outra opção.

Diante de tudo que nos assusta na vida, podemos caranguejar, mordendo onde estamos em vantagem, fugindo do que nos assusta, observando o mundo sem nos envolver ou nos recolher à nossa toca – “não vejo, não ouço, não falo: deixem-me em paz”.

Que tal a vida de caranguejo? Sem graça, não?

Mas quem disse que nós vivemos assim? Afinal, temos os nossos objetivos na vida, sejam quais forem – trabalhamos e nos esforçamos para nos realizar.

No entanto, tenho a impressão de que esses nossos esforços não diferem muito de tocas de caranguejo – quando a maré sobe e revolve a areia, era uma vez uma toca. Daí o grito apavorado de quem não era caranguejo e sentiu isso:

“Todas as tuas ondas e vagalhões se abateram sobre mim.” ¹

A diferença é que para o caranguejo isto faz parte normal da vida, dia após dia, mas nós temos anseio por algo mais permanente. Ao mesmo tempo continuamos a buscar refúgio na nossa toca de areia e experimentamos que

“a mentalidade da carne é morte...” ²

E assim será, se pararmos por aqui. Mas este último texto continua, assim:

“...mas a mentalidade do Espírito é vida e paz. ... Vocês não estão sob o domínio da carne, mas do Espírito, se de fato o Espírito de Deus habita em vocês. ... Se Cristo está em vocês, o corpo está morto por causa do pecado, mas o espírito está vivo por causa da justiça.” ³

Saia da sua toca de caranguejo e não fuja só porque alguém se aproxima. Observe bem: pode ser Jesus, que vem para lhe dar uma vida com que caranguejo nenhum sonha e que muita gente também deixa escapar. Por que você seria um deles?

Referências da Bíblia: ¹ Salmo 42.7b; ² Romanos 8.6a; ³ Romanos 8.6b,9a,10


(Autor: Roland Körber em parceria com Miguel Herrera)

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