quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Então é Natal

Quando o dia 25 se aproxima, ainda que tudo não esteja mil maravilhas, eu não consigo deixar de agradecer, por um simples motivo: não estar hospitalizada. Tudo bem que já passei aniversário, dia das crianças (quando ainda era criança) e outras datas "menos importantes" no hospital e, estar internada, seja em qualquer época do ano, é horrível. Mas, não sei porque, no Natal é imperdoável e inesquecível.

Por isso, a cada ano que tenho um Natal em liberdade, embora com dores e sabendo que mais internações me esperam pra 2012, já fico satisfeita. Por mim. Não por todas aquelas crianças, adultos e idosos que emendam natais e mais natais enfermos; por todos que estão lá neste momento e não têm expectativa de alta, nem até o dia 25, quiçá nenhuma outra previsão.

Então, meu pedido para o papai Noel não é brinquedo, não é casa, nem carro; não é luxo, tampouco viagens ou uma grande festa. O que eu peço é para que o máximo de pessoas possível consiga passar o Natal no conforto do seu lar e no aconchego da sua família. E peço mais: "que a saúde se difunda sobre a Terra", assim como sugere o tema da Campanha da Fraternidade 2012.

Pedidos feitos, quero expressar meu carinho pelos leitores desejando um Natal de paz e alegria a todos!

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Quem se importa?

Quem se importa com músculos, silicone e tatuagem, se o fato de ter um corpo inteiro e saudável (mesmo com tantas cicatrizes) é tudo que eu podia querer? Quem se importa com detalhes da organização de uma grande festa, se as melhores comemorações estão em acontecimentos diários, em notícias, em gestos, e não necessariamente em um dia D ou uma hora H? Quem se importa com dinheiro guardado, se o presente é toda garantia de vida que se tem? Quem se importa com o que dizem línguas ignorantes, se nem elas se importam com si mesmas? Quem se importa com falsas amizades, se elas não se importaram com você? Quem se importa com um dia ruim na semana, se existem outros seis? Quem se importa com o stress do trabalho, quando ter um trabalho é privilégio dos "saudáveis"? Quem se importa com criativas formas de desestímulo, se elas ficam soterradas em meio a tanto estímulo?

Talvez eu não me importe com praticamente 95% do que preocupa 95% das pessoas (talvez seja exagero meu). Elas podem saber disso, ou não. E elas podem compreender isso, ou não. Mas... quem se importa?

Essa dor

Não é uma dor de cabeça, nem uma cólica. Não dói o estômago, tampouco a bexiga. Também não é dor de cotovelo, e nem dor da alma. Não dói pouco, dói muito. E não pára de doer. Ora dói mais - de chorar -, ora dói menos, mas não cessa. Não é como a dor da cirurgia, que dura muito, mas sabe-se a causa. Não é como a picada de agulha, tão ardida, mas momentânea. Vira para cá, vira para lá, na busca de uma posição mais confortável. Perde-se o sono. Perde-se o apetite. Morfina já virou placebo, cadê o fim dessa dor? Dor que não me deixa tomar banhos demorados. Dor que me fez perder um chá de panelas no último domingo, e um trabalho temporário no início da semana. Ganha-se irritação. Dor que queima. Dor que causa angústia, que causa preocupação, que causa ansiedade, que causa dor.

domingo, 4 de dezembro de 2011

Grande 2011

Este ano, apesar de atribulado, foi, ao mesmo tempo, muito valioso no sentido de me dar o que 2010 não conseguiu. Como ano ímpar que é, foi revigorante, porque me trouxe nova rotina, novas amizades, novas perspectivas. Trouxe-me muito trabalho, mas acima de tudo, vivacidade.

E todo esse trabalho que deu e vem dando sequência a uma etapa importante da minha vida não seria possível sem a ajuda e o amor de muita gente por aí. São desses que quero falar.
Dona Maria José: tia-avó mais que especial.
A começar pela tia-avó que é muito mais que um membro da família. É tia, é avó, é mãe, é amiga, é anjo da guarda. Por quê? Porque foi nela que eu descobri a segurança que eu precisava pra realizar todos os projetos deste ano. Se eu consegui me manter em Maringá após cada uma das duas cirurgias realizadas no primeiro semestre, foi com o apoio dela. E esse apoio inclui a comida deliciosa, a sopinha quente nos dias de inverno, a cama cheirosa, as conversas, a torcida e sobretudo o amor. Foi assim que eu ganhei uma nova melhor amiga, a dona Maria José.

Obviamente, junto com ela muitas pessoas conquistaram um lugar especial não só no meu cotidiano, mas no meu coração. O tio Egídio, com seu humor apurado e sua prontidão em fazer tudo o que fosse necessário, as incontáveis caronas - que iam da porta de casa à porta da sala de aula, com direito a carregar a bolsa, já que minhas duas mãos estavam ocupadas por duas muletas. Aliás, carona foi um item de primeira necessidade na minha lista, e aí também está incluso o Bruno, outra pessoa que eu pude conhecer mais de perto, e só tenho a agradecer por ser quem é. Não pára por aí...

À Carminha e ao Jo, casal de primos que talvez eu não fosse ter o contato que tive devido às circuntâncias, e que foram motivo de muitos risos e até papos sérios. Claro, não esquecendo de mais e mais caronas. Com o mesmo nível de otimismo, o outro casal de primos Bell e Du, sempre presentes e que, além de algumas outras caronas, são responsáveis por duas criaturas que fizeram de muitas das minhas tardes um jardim de infância: Lorena e Victor. Jogar xadrez e dama, desenhar, pular (digo, bater) corda, ajudar nas tarefas de português e ouvir histórias foram alguns dos meus mais novos programas de 2011, intercalados com a leitura dos meus textos.

Deixando o quadro familiar e partindo pro acadêmico, tive a oportunidade de conhecer pessoas incríveis e que deixaram muito mais amenos os períodos de (tentativa de) compreensão das teorias. Professora Ismara, que aceitou o desafio de ser minha orientadora, sendo (por que não?) mais um apoio materno. Professora Sonia, em quem eu vi uma grande profissional, com uma competência inacreditável de exemplificar cada uma das Teorias Linguísticas. Professora Roselene, que me apresentou Pêcheux e fez desses estudos introdutórios grandes tardes regadas com café e prosa. Professora Maria Célia, que além de clarear ainda mais o obscuro mundo de Pechêux, me fez enxergar com olhos mais apurados as questões da política e da mídia. Professor Pedro, com seu tremendo e também admirável profissionalismo, mostrou que estudar Foucault não é mamão com açúcar. E professor Juliano, que, não menos importante, me fez perceber que a Análise do Discurso foi a escolha acertada.

Pra aprender, confundir-se, pirar e sofrer comigo, encontrei vários coleguinhas, tão aspirantes quanto eu - a maioria menos, bem menos. A turma da AD: Mari, Dani, Alessandro, André, Raquel, Ludmila; a turma do GEDUEM: Marga, Aline, Jefferson, Michelle, Érica; o pessoal das outras linhas: Tiago, Adriano, Maria Amélia, Marli, Adélia, Silvia e muitos, muitos outros (não dá pra citar todos aqui). A todos esses e também aos que não foram citados (sintam-se como tal), meus sinceros agradecimentos por toda força e todo aprendizado que vocês transmitiram pra mim. E assim vai continuar, afinal, ano que vem a saga tende a "piorar" um pouco. Grande abraço a todos!

?

Faz muito tempo eu queria descobrir o que é o amor.
Procurava por todos os lados.
Um dia ele se escondeu pra sempre de mim.
Foi então que eu o conheci.

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

2x2

Sinto carinho por muitas pessoas. Muitas passam - por curtos ou longos períodos - pela minha vida. Alguns muito curtos, mas suficientes pra eu me lembrar às vezes. Ou não me lembrar nunca mais, mas que me fazem parar pra pensar ali, naquele mesmo instante. E fazem toda diferença, conscientemente ou não. Alguns são dignos de lágrimas, outros de sorrisos, outros de reflexões.

Mas existem algumas pessoas que, estas sim, são inesquecíveis, e, estas sim, fazem a diferença conscientemente. Hoje quero falar de quatro dessas pessoas, quatro grandes amigas: duas de cá e duas de lá. As de cá entraram na minha vida quando ainda éramos crianças. Há fotos denunciantes. Mesmo com os vaivéns (meus, delas e da vida), com os passageiros desencontros, que se tornam novamente encontros, uma está sempre lá pra outra (ligando, visitando ou mandando sinal de fumaça). Desde a pré-escola, quando a única preocupação era comer ou não o sanduba de carne moída, e não ser a chata no dia da formatura por usar uma roupa diferente, passando pelo ensino médio, em que o primeiro namorado era o único assunto do dia, da semana e do mês, até a faculdade, e, agora, pós-graduação. Os assuntos nunca se perderam, nós nunca nos perdemos.

As de lá entraram e "saíram" da minha vida de forma mais rápida. Mas foram, sem dúvida, os melhores anos, e as melhores recordações. Conheci já na graduação e ainda não consegui parar de ter os mesmos papos daquela época. Acho que isso é normal, e nem espero que acabe. Aliás, quero que sempre continue, e que o contato seja sempre próximo, como é. Pois não importam se poucos ou muitos quilômetros de distância, a sensação é sempre a mesma, de presença. Em maus ou bons momentos. E isto é grande parte da força que eu preciso.

Portanto, Fer, Jo, Fran e Rê, tratem de não me abandonar, ok? :)