segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Um post da Rê

Este texto que segue foi escrito pela minha GRANDE amiga, também jornalista, Renata Caleffi. Nem preciso comentar, leiam e comprovem que quem tem um amigo tem um tesouro. Rê, amo você, gata!

2009 - Uma das aventuras como repórteres.
Eu podia cá contar sobre o dia em que nós duas nos formamos (um dos mais felizes), ou então do dia em que a Su me abandonou em uma festa (um dos mais revoltosos), ainda podia contar o dia em que comemos feijão e arroz às 23h e paramos em um show sertanejo (um dos mais bizarros), quem sabe outro em que paramos em um rally (emocionanteee). Tiveram ainda alguns com tereré, cerveja, estúdio de tv, viagens... Mas, em decorrência deste ser um blog de motivação, me detenho a contar sobre algumas aventuras que, por causa do câncer, tivemos.

Nunca fui amiga antes dele, não conheci e não posso dizer: “Ah, ela era outra pessoa antes disso”. E não foi antes do da costela, o primeiro deles, mas antes do da perna, nunca te conheci como depois da cirurgia, apesar de estar há dois anos estudando na mesma sala. Eu posso falar, de certo modo, que ele trouxe uma amiga pra perto de mim, certo?! E talvez tenha sido ele que nos aproximou muito mais.

A (re)conheci como amiga a partir das muletas – essas mesmo que hoje já não gosta mais. Foi em passagens pela quitinete azul, pra ajudar a Cris nos dias de chuva, com guarda-chuvas, muletas, bolsas e parafernálias que vi, com olhos de amiga, ela. Nesse mesmo tempo, as incríveis aventuras de duas malucas (e malucas mesmo), começaram. Já andamos de moto com você de muletas, eu sem capacete, e sua mãe, desesperada não acreditando no que você tinha feito. A cirurgia recém feita não foi impecilho para te levar pra cima e pra baixo em cima da ‘moto envenenada’ que não chegava a 60km por hora, mas convenhamos, era uma maluquice tremenda. Fomos cobrir vestibular, divulgar Unicentro pra cima e pra baixo a bordo dela, muletas penduradas, você agarrada na minha cintura e eu ainda não sei como conseguíamos.

Vi colocar um salto depois da cirurgia, os cabelos caírem, voltarem, serem cortados, brotarem na velocidade da luz. Dos dias mais tristes incluem-se eles serem cortados, sua mãe ligar para avisar que não era apenas uma biópsia, como você imaginava, e a notícia de longe que aparecia um tumor no rim. Não devo ter chorado na sua frente em nenhuma dessas vezes, mas as lágrimas caíram ao mesmo tempo em que eu tentava te falar qualquer coisa de motivação. Mas não é disso que eu quero falar.

Quero voltar para a moto envenenada, e dizer que a confiança que você depositava em mim, ao embarcar nela, ainda sinto muitas vezes, embora a distância. Embarcar na vida de uma pessoa é muito fácil, como diria nosso amigo João, “o ônibus vive passando, entra quem souber embarcar e você pode descer em qualquer ponto, é só puxar a cordinha”. Ao embarcar na minha vida, não foi a Suellen que tem câncer. Ele, (o câncer) foi quem me aproximou, mas nunca foi quem prevaleceu. Se amiga a gente reconhece de longe, talvez eu não tenha prestado bem atenção nesse dia, mas com certeza, reconheci mais tarde.

“Não tenha dó. Eu tenho é sorte, tive tantas cirurgias e tô aqui, viva. E você?”.
Levo isso em cada queda, em cada impecilho pelo caminho. Você me ensinou a (re)viver, e disso eu não esqueço jamais. De você, eu não esqueço jamais!

Su, Rê, muletas e a cervejada - Jun/2008.

8 comentários:

  1. Eu tenho que parar de ler seus textos em horário de trabalho, porque eu me comovo. E eu sou chorona. rsrs
    Eu já me vi em vários textos seus mesmo sendo outro contexto e sinto que perdi uma grande oportunidade de ter lhe conhecido melhor. A Gabi falava muito bem de você, mas não pensei que você fosse melhor do que os elogios que ela lhe tecia. Você é surpreendente Suellen, mesmo. E você agora está nas minhas orações. E, claro, num cantinho onde guardo todo mundo que eu quero bem. Você é aquele tipo de pessoa que eu tenho vontade de guardar num potinho!

    Aventuras e desventuras com amigas, quem nunca teve não sabe a delícia que é viver.

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  2. Bom Suellen, conhecer o seu blog para mim foi algo maravilhoso. Tenho 51 anos, não sou jornalista formado, mas iniciei minha carreira de jornalista aos 13 anos aí em Guarapuava, quando fazer jornal impresso era uma peripécia. Linotipo e etc. Mudei-me pra Rondônia e continuei a trabalhar com jornal, aqui sou editor, diagramador, repórter, jornaleiro e diretor comercial de um jornal periódico. Sempre combatente, denunciado desmandos e maracutaias de políticos, é claro que esse meu idealismo me trouxe muitos problemas, principalmente os de ordem financeira. Continuo resistindo, mas ultimamente eu andava muito pra baixo, dificuldades financeiras, saúde não muito boa, muita decepção em ver que o meu trabalho, e o trabalho de muitos companheiros jornalistas na maioria das vezes não mudam em nada a situação do nosso país. Os políticos continuam corruptos, os eleitores ainda vendem seu voto e ainda votam em candidatos com a ficha suja.
    Então, conhecer a sua história de luta, de sofrimento e acima de tudo ainda ter coragem de viver com dignidade, estudando e enfrentado sua árdua luta contra o câncer com determinação e amor a vida, isso só me fez bem é meu deu forças pra seguir em frente. Que Deus a proteja e que você continue sempre essa pessoa maravilhosa que você é. Duas perguntas suas eu guardo comigo, quando me defronto com alguma contrariedade. Por que comigo? Ou Por que eu? E a outra, Por que não comigo? Por que não eu? Seria eu melhor que os meus semelhantes? Se coisas ruins acontecem com outras pessoas, elas também podem acontecer comigo. E isso tem me fortalecido bastante.

    Um grande abraço e um viva a vida! A minha vida, e a sua vida! Felicidades.

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  3. Bom Suellen, conhecer o seu blog para mim foi algo maravilhoso. Tenho 51 anos, não sou jornalista formado, mas iniciei minha carreira de jornalista aos 13 anos aí em Guarapuava, quando fazer jornal impresso era uma peripécia. Linotipo e etc. Mudei-me pra Rondônia e continuei a trabalhar com jornal, aqui sou editor, diagramador, repórter, jornaleiro e diretor comercial de um jornal periódico. Sempre combatente, denunciado desmandos e maracutaias de políticos, é claro que esse meu idealismo me trouxe muitos problemas, principalmente os de ordem financeira. Continuo resistindo, mas ultimamente eu andava muito pra baixo, dificuldades financeiras, saúde não muito boa, muita decepção em ver que o meu trabalho, e o trabalho de muitos companheiros jornalistas na maioria das vezes não mudam em nada a situação do nosso país. Os políticos continuam corruptos, os eleitores ainda vendem seu voto e ainda votam em candidatos com a ficha suja.
    Então, conhecer a sua história de luta, de sofrimento e acima de tudo ainda ter coragem de viver com dignidade, estudando e enfrentado sua árdua luta contra o câncer com determinação e amor a vida, isso só me fez bem é meu deu forças pra seguir em frente. Que Deus a proteja e que você continue sempre essa pessoa maravilhosa que você é. Duas perguntas suas eu guardo comigo, quando me defronto com alguma contrariedade. Por que comigo? Ou Por que eu? E a outra, Por que não comigo? Por que não eu? Seria eu melhor que os meus semelhantes? Se coisas ruins acontecem com outras pessoas, elas também podem acontecer comigo. E isso tem me fortalecido bastante.

    Um grande abraço e um viva a vida! A minha vida, e a sua vida! Felicidades.

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  4. Su, assim como a Lari, também te conheci pela Gabi. E agora, te conhecendo pouco mais, me arrependo de não ter te conhecido antes. Assim como me arrependo de ter me afastado da Rê, quando paramos as aulas de inglês. Vocês são duas pessoas fantásticas, que bom que se cruzaram nesses caminhos tão dispersos.
    Desejo luz, Su, e muita felicidade. E amigas assim, sempre. Parabéns, Rê. Beijo grande, pras duas.

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  5. Alguém disse uma vez que,"os sonhos nos fazem mais fortes que os fatos".Você é um exemplo disso!
    Parabéns por suas conquistas! As atuais, e as que ainda estão por vir.

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  6. Parabens!! Muita sauude e felicidades para vcs duas! :D Caio M. Amaro da Luz

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